Hoje em dia, 85% das empresas que conheço utilizam alguma solução livre, entre elas, posso citar como exemplo o CACIC, Squid, Nagios, Samba, entre outras tecnologias. Mas por que as empresas não utilizam ambientes 100% livres?
Antes de migrarmos temos que medir o impacto das mudanças, fazer muitos e muitos testes. O programa XYZ, que fulano usa para gerar guias pode não funcionar no Wine. E aquela planilha com macros que o gerente usa, se ela não funcionar em produção, o que fazer? Infelizmente em alguns casos você deverá utilizar o Windows.
Nada é substituivel mas existem alternativas. Atualmente não existe nada comparado ao poderoso Active Diretory. Caso a empresa não possa pagar uma licença do Windows Server, por exemplo, é possível usar o Samba que é uma solução muito popular. Você pode utilizar o Squid como proxy e o FreNAS como solução de armazenamento.
Antes de migrar verifique os seguintes itens:
Escolha a distribuição Linux que será utilizada. Leve em consideração as atualizações, suporte da comunidade, etc.
Teste todo o hardware que você tem, isso evita surpresas.
Vai usar o Libre Office ? Então teste a compatibilidade com as suas planilhas.
Vai executar programas utilizando o Wine? Faça uma lista dos programas que serão usados, teste, simule erros até estar satisfeito.
Vai navegar com o Firefox ? Então não esqueça de testar os sites dos bancos.
Várias impressoras na empresa ? Aqui você encontra se a sua impressora é compatível, não economize em papel nessa hora.
Gnome ou KDE ? Deixe os usuários escolherem. Selecione alguns usuários para executarem o papel de “beta testers”. A opinião deles será fundamental.
Verifique se o ERP, BI ou outros sistemas internos são compatíveis com Linux.
Faça um treinamento com os usuários. Explique o que é o Linux e por que está implantado na empresa.
A documentação do projeto é a parte mais importante. Geralmente a documentação fica por ultimo e acaba sendo esquecida. Quando o funcionário de TI responsável pela migração deixa a empresa, ninguém sabe resolver os problemas e o Linux é culpado por não funcionar. Na documentação coloque os comandos executados, dos mais básicos aos mais avançados.
Em uma corporação, é interessante ter uma Distribuição Linux própria. Personalize o bootsplash, selecione os pacotes mais interessantes para a empresa e coloque no CD de instalação, já configurados. Isso facilita a recuperação em caso de problemas.
Não esqueça de verificar se o setor de TI está capacitado para dar suporte aos usuários. Caso contrário o Linux levará a culpa por um suporte precário. Se você for o responsável pelo setor de TI, prepare as pessoas que trabalham com você.
Toda mudança é mal vista, já que os usuários são obrigados a sair das suas zonas de conforto. Tome isso como um desafio e boa sorte.
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